Prévia: Chance um

Olá! ♡

Hoje é meu aniversário!!! 🥳 E vocês sabem que, nesse dia, eu gosto de presentar vocês! O presente deste ano tem tudo a ver com a chegada do último volume de Cem chances. Na verdade, é um capítulo inédito que vai estar disponível nele!

Contextualizando melhor: um dos conteúdos novos que adicionei ao livro é uma sequência de capítulos que narram brevemente a primeira chance: como eles se conheceram, como se aproximaram e como tudo terminou... bem, vocês já sabem.

Aqui, estou disponibilizando para vocês um dos cinco capítulos dedicados ao verdadeiro início de tudo.

Boa leitura!

CHANCE UM

O primeiro 21

Chance um

21 de outubro, 14:59.

Eu caminhava pelo estacionamento depois de perambular por aulas teóricas durante toda a manhã e parte da tarde. Tudo o que eu queria naquele momento era voltar para casa e me trancar no meu quarto pequeno até precisar ir buscar Jonathan na escola. Depois, pretendia cumprir as minhas horas de trabalho no hotel para, finalmente, voltar à reclusão da minha cama por toda a noite enquanto as horas avançavam na direção de um novo dia vazio.

Nada diferente do usual fazia parte dos meus planos desmotivados, e eu apenas torcia para conseguir concretizá-los sem lidar com nenhuma fonte de estresse além da que já parecia inerente à minha existência.

Quando me aproximei de Belinda, enxerguei Dominic no estacionamento, com sua cabeleira lisa e vermelha refletindo a luz do sol.

Suspirei ao vê-lo.

Dominic Himalia estava longe de ser um inimigo, contudo ele parecia sempre muito empenhado em me provocar todo tipo de irritação, o que o tornava uma presença pouco desejável no meu dia a dia.

Não o odiava, mas também não tinha qualquer motivo para querê-lo por perto.

— Bela moto, Angelo — ele disse assim que me aproximei. O infeliz nem se preocupava em disfarçar o tom zombeteiro.

— Sim, ela é — respondi simplesmente enquanto terminava de me aproximar de Belinda e sequer me preocupei em olhá-lo.

— Adoro quando você fala comigo. — Eu quase conseguia ouvir o sorriso na sua voz, porém não o olhei em busca de uma confirmação para a minha suspeita.

Ignorando-o, eu apenas desprendi o capacete preso à moto, ansioso para ir embora.

O silêncio foi mútuo naquele instante, pois Dominic ficou calado, mas eu sentia seus olhos em mim enquanto ajustava as faixas do capacete antes de montar em Bee.

Ele perguntou de repente:

— Você nunca vai me dar moral de verdade, não é?

Olhei em sua direção, interrompendo meus movimentos, e apoiei o capacete no assento quando percebi que o questionamento era sério, apesar do sorriso que ele sustentava no canto esquerdo dos lábios.

— Quê? — Foi a única coisa que consegui dizer, sentindo um vinco se formar entre as minhas sobrancelhas.

— Queria saber exatamente como chamar a sua atenção, Killian. — Ele não respondeu à pergunta que fiz, mas também não pareceu fugir do assunto. — Já tentei de tudo.

Ficar calado foi a única coisa que consegui fazer. Incapaz de formular uma resposta, concentrei minha reação em um franzir de testa ainda mais intenso.

— Te provocar parece ser o único jeito de fazer você reagir à minha presença, mas não é esse o tipo de dinâmica que quero entre nós.

— E que tipo de dinâmica você quer, pelo amor de Deus? — questionei, sentindo a curiosidade dividir espaço com o incômodo.

O breve arquear no canto dos lábios dele se espalhou por toda a boca, dando forma a um sorriso completo, ainda que pequeno.

Ele aproveitou a deixa:

— Me dá o seu número?

Comecei a desconfiar, naquele momento, de que Dominic tinha zero interesse em responder às perguntas que eu fazia.

— Não?! — respondi quase automaticamente, confuso demais para ponderar minha fala. O tom de pergunta no que deveria ser uma resposta o fez rir.

— Você é uma gracinha, Angelo. — Não sei se era possível franzir ainda mais a testa, mas tenho certeza de que o fiz involuntariamente.

Mais uma vez, fiquei em silêncio. Era uma reação esquisita diante daquela nova interação entre nós dois, mas, para mim, era a única possível. Isso e dar meio passo para trás, confuso, quando Dominic tirou uma caneta da bolsa de treino e se aproximou de mim.

Ele parou bem perto e olhou para a minha mão.

— Posso? — perguntou.

— O quê?

Sua mão alcançou a minha, sem segurá-la. Apenas roçou os dedos nos meus e perguntou mais uma vez:

— Posso?

Ainda com as sobrancelhas quase se encontrando no centro da testa, eu fiz um sim incerto, movido pela curiosidade, e Dominic tocou minha mão com mais firmeza, puxando-a para cima até deixá-la na altura que queria. Então, ele escreveu um número de telefone usando a caneta.

— Vou te dar meu número, já que você não me deu o seu.

Fiquei calado, olhando para a sequência de números na palma da minha mão.

— Vou esperar uma mensagem sua.

Eu já estava irritado, apesar de inegavelmente curioso e confuso.

— Eu não vou mandar uma mensagem pra você. — Negar a possibilidade não pareceu o suficiente, então perguntei: — Por que eu faria isso?

— Tenho umas coisas pra te dizer, mas não agora.

Revirei os olhos, cansado daquela conversa confusa, e balancei a cabeça em uma negativa irritadiça. Sem dizer mais nada, encaixei o capacete na cabeça antes de posicionar meu corpo na moto. Dominic recuou quando girei a chave na ignição e, apesar do encerramento rude da nossa conversa estranha, continuei vendo o sorriso pequeno no seu rosto bonito até deslizar com Belinda para fora da vaga do estacionamento.

CONTINUA...

É, a chance um tinha, definitivamente, uma baita indisposição por parte do Killian para interagir com Dominic, mas ódio? isso não. Sem acidentes também.

Vocês se lembram dessa cena no estacionamento? Ela aparece também na chance 99, lááá no início do livro um, mas com muitas mudanças provocadas pelos sentimentos que se acumularam entre todas as chances.

Espero que tenham gostado desse gostinho do que nos aguarda no volume final.

Beijos e até a próxima! ♡